"Parto de Abril"
Poemas trilhados pela denúncia,
Prosas rasgadas na censura
Ventos que não sopram de feição
Grades, algemas, qual tortura.
Gentes que suam sem protesto,
Fatos de ganga gastos de cansaço,
Rostos silenciados pela noite
Presos, carentes de um abraço.
Noite submersa, manhã revolta,
Gargantas secas, gritos roucos,
Fardas ingénuas na penumbra
Vampiros do regime, depostos, loucos.
Ruas inundadas de mudança
Nascem, correm multidões mil,
Liberdade arrancada, parida da revolta,
Abraça o nascer de Abril
In: "Duas Mãos de Poesia". Edições CACAV. Desenho e poema de Carlos Vardasca. 1990
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